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Convento da Ordem do Carmo de Lisboa localiza-se no Largo do Carmo e ergue-se, sobranceiro ao Rossio (Praça de D. Pedro IV), na colina fronteira à do Castelo de São Jorge, na cidade de Lisboa, em Portugal.
O Convento do Carmo foi fundado por D. Nuno Álvares Pereira em 1389. Foi ocupado inicialmente por frades carmelitas de Moura, chamados por D. Nuno para ingressar no convento em 1392. Em 1404, D. Nuno doou os seus bens ao convento e, em 1423, ele mesmo ingressou no convento como religioso, período em que as suas obras estariam concluídas. O Condestável escolheu ainda a Igreja do Convento como sua sepultura.
No dia 1 de Novembro de 1755, o grande terramoto e o subsequente incêndio que vitimou a cidade, destruíram boa parte da igreja e do convento, consumindo-lhe o recheio. No reinado de Maria I de Portugal iniciou-se a reconstrução de uma ala do convento, já em estilo neogótico, trabalhos interrompidos em 1834, aquando da extinção das ordens religiosas.
Desse primeiro período reconstrutivo são testemunho os pilares e os arcos das naves, verdadeiro testemunho de arquitectura neogótica experimental, de cariz cenográfico.
Em meados do século XIX, imperando o gosto romântico pelas ruínas e pelos antigos monumentos medievais, optou-se por não continuar a reconstrução do conjunto, deixando o corpo das naves da igreja a céu aberto e criando, assim, um idílico cenário de ruína, que tanto agradava aos estetas oitocentistas e que ainda hoje encanta os visitantes.
O corpo principal da igreja e o coro, cujo telhado resistiu ao terramoto, foram requalificados e abrigam hoje um Museu Arqueológico com uma pequena mas interessante colecção. Do paleolítico e neolítico português destacam-se as peças provenientes de escavações de uma fortificação pré-histórica perto de Azambuja (3500 a.C. - 1500 a.C.).
O núcleo de túmulos góticos inclui o de D. Fernando Sanches (início do século XIV), decorado com cenas de caça ao javali, e o magnífico túmulo do rei D. Fernando I (1367-1383), transferido de um convento em Santarém para o museu, para além do túmulo original de D. Nuno Álvares Pereira. Destaca-se também uma estátua de um rei do século XIII (talvez D. Afonso Henriques), além de peças romanas, visigóticas e até duas múmias peruanas.