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terça-feira, 28 de setembro de 2010

Monte da Lua - Sintra - Portugal (I)

Adoro mundos de fantasia. Onde existem dragões e elfos, palácios e castelos, paixões e amores proibidos.
Talvez porque nesses mundos eu sou muito feliz.

A Serra de Sintra representa para mim um desses mundos, onde me sinto confortável, onde reabasteço energias, onde sou...quase feliz.

Desde os primórdios da humanidade que esta serra se encontra ligada a cultos e poderes ocultos. O Monte da Lua é Mistério, é Romantismo, é Simbolismo. Os tons de verde da paisagem misturam-se com os castanhos das pedras antigas e o branco do nevoeiro. As centenas de lendas que existem sobre estas paragens tornam-se histórias fantásticas que nos transportam para um mundo imaginário de outrora.

Serra da Lua ou Monte Sagrado onde o culto prestado nos santuários ao sol e à lua era uma constante.


A "vila velha" de Sintra, de ruelas e história escondidas, é essencialmente uma vila romântica.



No Verão, sou obrigada a "partilha-la" com os milhares de turistas que a visitam por dia, mas no Inverno a vila fica esquecida de todos e aí sim, é fantástico subir pelas ruelas estreitas, saborear um café em alguma esplanada que persiste aberta ou simplesmente sentar-me num banquinho de pedra em frente ao Palácio Nacional com vista para o castelo  e para o verde da serra.









O Palácio Nacional de Sintra, também conhecido como Palácio da Vila, foi um dos Palácios Reais e hoje é propriedade do Estado Português, que o utiliza para fins turísticos e culturais. De implantação urbana, a sua construção iniciou-se no século XV, com traça de autor desconhecido.


Apresenta características de arquitectura medieval, gótica, manuelina, renascentista e romântica.

É considerado um exemplo de arquitectura orgânica, de conjunto de corpos aparentemente separados, mas que fazem parte de um todo articulado entre si, através de pátios, escadas, corredores e galerias.






O Palácio foi utilizado pela Família Real Portuguesa praticamente até ao final da Monarquia, em 1910.

































CASTELO DOS MOUROS



O Castelo de Sintra, popularmente conhecido como Castelo dos Mouros ergue-se sobre um maciço rochoso, isolado num dos cumes da Serra de Sintra. Do alto das suas muralhas descortina-se uma vista privilegiada de toda a sua envolvência rural que se estende até ao Oceano Atlântico.








Quando da Invasão muçulmana da Península Ibérica, a partir do século VIII, a região foi ocupada, tendo a sua povoação recebido o nome de "as-Shantara". Os estudiosos são acordes em afirmar que foram eles os responsáveis pela primitiva fortificação da penedia, entre o século VIII e o IX, com a finalidade de controlar estrategicamente as vias terrestres que ligavam Sintra a Mafra, Cascais e Lisboa.





O castelo, de provável fundação muçulmana durante o séc. IX, nunca foi palco de nenhuma batalha. De facto, tanto os ocupantes muçulmanos como cristãos rendiam-se invariavelmente após a conquista de Lisboa pelo lado oposto, apesar da aparente invulnerabilidade do castelo. Tal facto deve-se à sua função, que não era tanto a da defesa da vila e sim de defesa e vigilância de Lisboa e arredores, conjuntamente com outras vilas do termo de Lisboa.


No interior do castelo, próximo ao Portão de Armas, ergue-se uma igreja devotada a São Pedro, a Igreja de São Pedro de Canaferrim. Remonta ao século XII, erguida após a conquista do castelo por D. Afonso Henriques, tendo-se constituído na primeira igreja paroquial de Sintra. Em estilo românico, de pequenas dimensões, revelou a presença de diversos túmulos pertencentes a uma antiga necrópole medieval.

Contígua à Igreja de São Pedro de Penaferim, destaca-se uma cisterna de grande capacidade, que remonta ao período islâmico. Tem 18 metros de comprimento por 6 de largura e 9 de altura, e no seu interior abobadado, brota a nascente que abastecia o Palácio Nacional de Sintra. O reservatório foi reconstruído após o grande terramoto de 1755 e é percebido pelo visitante através de duas grandes aberturas cónicas de ventilação.







Lenda da cova encantada de Sintra

No tempo em que os Mouros dominavam Sintra e os cristãos tentavam recuperar o castelo,  muitas escaramuças eram travadas, chegando algumas delas muito próximo do castelo. Numa dessas batalhas os cristãos foram vencidos porque o seu chefe tombara ferido e aprisionado pelos infiéis.

O ferido foi encerrado num calabouço e quase esquecido. No entanto, tinha sido avistado pela filha do alcaide, que imediatamente tombou de amores por ele. Pela calada da noite e durante noites a fio, a jovem tratou e alimentou o prisioneiro que foi melhorando a olhos vistos. Vendo a recuperação do prisioneiro, os mouros trataram de conseguir um resgate que foi pago pelo rei e pela família no nobre cavaleiro.
O cavaleiro, que entretanto também se tinha enamorado da donzela pediu-lhe para ela o acompanhar quando saísse mas a jovem recusou confiando-lhe que a sua consciência não o permitia por muito que o amasse mais do que à própria vida. De volta à sua família, o cavaleiro não conseguia esquecer Zaida. A sua imagem e a sua voz continuavam a persegui-lo, mesmo tentando embrenhar-se nas mais acesas batalhas para a tentar esquecer. Desesperado, reuniu um grupo de companheiros e voltaram a atacar o castelo para ele poder reunir-se novamente à sua amada. O ardor posto na batalha foi tal que lograram entrar no castelo. Quando encontrou a jovem, caíram nos braços um do outro, esquecidos da luta que se desenrolava à sua volta. Novamente, o cavaleiro foi ferido e Zaida louca de dor, arrastou-o penosamente através de uma passagem secreta, por longos corredores até atingirem uma gruta já fora do castelo e a meio da serra.

Deixando o ferido dentro da gruta, a jovem moura pegou numa bilha abandonada a um canto e procurou uma nascente que sabia existir ali perto. Porém, ao regressar , uma seta vinda do lado do castelo atingiu-a. Apesar disso, ela conseguiu arrastar-se até junto do seu cavaleiro, onde caiu já morta. O ferido vendo-a cair arrastou-se até ela penosamente e beijando a sua amada murmurou – Ó Deus Misericordioso! Perdoai-nos os pecados que cometemos neste mundo...e juntai-nos ..de novo ...no Céu!
Com o esforço cometido, a ferida do cavaleiro voltou a abrir e o sangue cristão misturou-se com o sangue mouro da bela donzela até ele também morrer junto dela.



Foi então que alguém encontrou o rasto de sangue deixado pela jovem desde a nascente até à entrada da gruta e foram encontrar os corpos de ambos os jovens mortos, lado a lado, dentro da gruta.


Conta a lenda que, em certas noites de luar, quem tenha a ousadia de vaguear por aqueles lados, verá sair de uma larga cova, junto a um penedo, uma formosíssima donzela vestida de branco com uma bilha na mão. Dirige-se à nascente onde enche a bilha e regressa a passos apressados para a cova de onde saíra. A meio do caminho solta um doloroso gemido e desaparece, qual branco fantasma.... 

Autor: domínio popular
Fonte: Biblioteca de Sintra

HORÁRIOS.Dias de encerramento. 1 de Janeiro e 25 de Dezembro

ÉPOCA ALTA. 27 DE MARÇO A 15 DE OUTUBRO9h30 às 20h00 - última entrada às 19h00
PREÇOS
DESDE 27 DE MARÇO DE 2010.

CASTELO DOS MOUROS.

CRIANCA. até 5 anos.      gratuito
JOVEM. até 17 anos.         5 €
ADULTO. até 64 anos.      6 €
SÉNIOR.                              5 €
CARTÃO JOVEM.            5,5 €
FAMÍLIA (2 adultos e jovens).   16 €

 
COMBINADOS. bilhetes combinados com redução de preços


4 PARQUES T. todos os parques e palácios
(válido para 30 dias)                                             20 € | Família 49 €

PENA T + MOUROS.                                             14 € | Família 37 €

MONSERRATE/CAPUCHOS + MOUROS.          9 € | Família 24 €

CARTÃO "AMIGOS DOS PARQUES".
(válido para 4 Parques durante 1 ano)             50 €



 MUNÍCIPES. entrada gratuita aos domingos até às 13h


PALÁCIO NACIONAL DA PENA


No século XVI, D. Manuel I mandou construir o convento de madeira para a Ordem de São Jerónimo, substituindo-o ligeiramente mais tarde por um de cantaria para 18 monges. No século XVIII, um raio destruiu parte da torre, capela e sacristia.


Isto ocorreu pouco antes do fatídico terramoto de 1755, que deixou o convento em plena ruína. Apenas a Capela, na zona do altar-mor, permaneceu intacta.
As ruínas, no topo escarpado da Serra de Sintra, maravilharam o jovem príncipe D. Fernando. Decidiu adquirir o velho convento, a cerca envolvente, o Castelo dos Mouros e quintas e matas circundantes. Logo se tornaria um «alto-lugar» do romantismo europeu.



O monumento actual foi mandado edificar por D. Fernando de Saxe Coburgo-Gota, casado com a Rainha Maria II em 1836. Homem culto, e com uma educação muito cuidada, o futuro Rei Fernando II depressa se apaixonou por Sintra. Ao visitar a montanha pela primeira vez, avistou as ruínas do antigo Convento dos Frades Hieronimitas, erguido no reinado de D. João II, e que tinha sido substancialmente transformado pelo rei Manuel I de Portugal. Este, no cumprimento de uma promessa, ordenou a sua reconstrução de raiz, em homenagem a Nossa Senhora da Pena, doando-o de volta à Ordem dos Monges de São Jerónimo.

Iniciou logo a seguir obras de consolidação do velho convento, dotando-o de novos acessos em túnel. Em 1840, D. Fernando decidiu a ampliação do Convento de forma a construir um verdadeiro paço acastelado romântico, residência de verão da família real portuguesa.

Pensou, igualmente, em mandar plantar um magnífico parque, à inglesa, com as mais variadas, exóticas e ricas espécies arbóreas. Desta forma, Parque e Palácio da Pena constituem um todo magnífico. O Palácio, em si, é um edifício ecléctico onde a profusão de estilos e o movimento dos volumes são uma invulgar e excepcional lição de arquitectura.



Quase todo o Palácio assenta em enormes rochedos, e a mistura de estilos que ostenta (neogótico, neomanuelino, neo-islâmico, neo-renascentista, com outras sugestões artísticas como a indiana) é verdadeiramente intencional, na medida em que a mentalidade romântica do século XIX dedicava um fascínio invulgar ao exotismo.

Estruturalmente o Palácio da Pena divide-se em quatro áreas principais:
  • A couraça e muralhas envolventes (que serviram para consolidar a implantação da construção), com duas portas, uma das quais provida de ponte levadiça;
  • O corpo, restaurado na íntegra, do Convento antigo, ligeiramente em ângulo, no topo da colina, completamente ameado e com a Torre do Relógio;

  • O Pátio dos Arcos frente à capela, com a sua parede de arcos mouriscos;

    A capela
  • A zona palaciana propriamente dita com o seu baluarte cilíndrico de grande porte, com um interior decorado em estilo cathédrale, segundo preceitos em voga e motivando intervenções decorativas importantes ao nível do mobiliário e ornamentação em geral.

 








Infelizmente não é permitido fotografar os interiores do palácio e como o disparo da minha máquina é ouvido a léguas de distância, não consegui arriscar uma única fotografia.



o claustro

A sala de leitura, a sala árabe e a sala de estar da família real são as minhas preferidas, mas tem igualmente os aposentos do Rei D. Carlos I e da rainha, assim como a sala de jantar, a sala verde, as cozinhas e a copa ricamente mobilados como se os reis tivessem apenas saído para um passeio e fossem regressar a qualquer momento.






















Tritão simbolizando a alegoria da Criação do Mundo






















O Palácio e o Parque foram idealizados e concretizados como um todo. Do Palácio, avista-se um manto de arvoredo que ocupa mais de 200 hectares, constituindo assim o Parque da Pena.





Alto de Santo António
O seu nome deve-se a uma capela circular que aí existia dedicada a Santo António, pertencente ao antigo mosteiro Jerónimo. No local foi construído, segundo um projecto do pai de D. Fernando II, o Templo das Colunas, miradouro, hoje envolvido pela densa vegetação do parque e de onde se podia desfrutar uma das mais belas vistas sobre o Palácio.


Este parque tem percursos e passeios lindíssimos, com inúmeras construções de jardins lá existentes.

São pontes e grutas, bancos de jardim, pérgulas e fontes. Pequenas casas onde se alojavam guardas e demais criadagem. Estufas e viveiros com camélias, rododendros, rosas, de cepas invulgares e muito raras. Esculturas, como o guerreiro que se avista do Palácio, como a querer dizer que está ali para o proteger e guardar. Os lagos próximos da saída para o Castelo dos Mouros são igualmente pitorescos e aprazíveis, envolvidos por um imenso tubo de fetos arbóreos.



Templo das colunas





Todo o parque da Pena é hoje considerado o parque da Europa, com o mais rico e invulgar conjunto de espécies arbóreas, já inexistentes em muitos outros países e continentes donde são originárias.










Conta a lenda popular que o palácio recebeu o nome de Palácio da Pena em memória dos prisioneiros que foram trazidos para trabalhar na sua construção, em cumprimento das suas penas.  Outros dizem que o nome foi dado em homenagem à imagem de Nossa Senhora da Pena, que teria sido encontrada neste rochedo há muitos séculos. Seja qual for a verdade, o certo é que este é um dos mais belos monumentos do nosso País, uma obra de arte e romantismo, para a qual contribuiram diversos artistas.



Cruz Alta

É o ponto mais alto da serra de Sintra, atingindo os 529 metros de altitude. O seu nome deve-se a uma cruz que lá foi colocada no século XVI, por ordem de D. João III. Esta cruz, em pedra e com uma estrutura interna de ferro foi atingida várias vezes por relâmpagos, tendo sido destruída, mas uma réplica já foi colocada em substituição.




Alto de Santa Catarina

Este seria o miradouro preferido da rainha D. Amélia, mulher do rei D. Carlos I. Por esse motivo, o banco que aqui se encontra talhado na rocha granítica é chamado o "Trono da Rainha". Daqui é possível avistar o Palácio e a copa das árvores. As espécies que enquadram este miradouro são, na sua maioria, carvalhos (Carvalho-negral), parte importante da floresta primitiva da serra.







A este vale terá sido dado o nome de Feteira da Rainha em homenagem à rainha D. Amélia. A feteira é constituída por uma colecção de Fetos, alguns originários da Austrália e da Nova Zelândia, a que se juntaram Castanheiros autóctones, Faias e Carvalhos que coexistem com os Rododendros asiáticos,
Camélias e Bordos do Japão, bem como uma Túia-gigante, oriunda da América do Norte.






Túia-gigante (à esquerda)




Feto gigante da Austrália (à direita)





















Fonte dos Passarinhos

Pavilhão erigido em 1853, inspirado na cultura árabe. De base octogonal, encimado por uma cúpula esférica, apresenta uma inscrição em árabe, na qual se alude à grandiosidade da obra de D. Fernando, comparando-a à de D. Manuel I. Os azulejos e diversos elementos decorativos neo-mouriscos, pontuam o parque de elementos exóticos e orientalizantes, próprios da gramática decorativa do
Romantismo.







Vale dos Lagos

Aproveitando as linhas de água de todo o Parque que confluem para este vale, criaram-se aqui cinco lagos, rodeados por fetos arbóreos e árvores de grande porte. Destacam-se o Lago de São Martinho, com uma pateira em forma de torre medieval, e o Lago do Pesqueiro, onde se conta que o rei D. Carlos pescava carpas.






HORÁRIOS. Dias de encerramento. 1 de Janeiro e 25 de DezembroÉPOCA ALTA. 27 DE MARÇO A 15 DE OUTUBROPARQUE DA PENA. 9h30 às 20h00 - último bilhete às 19h00

PALÁCIO DA PENA.
9h45 às 19h30 - último bilhete às 18h45 e última entrada às 19h00



PERCURSO T. inclui a visita a todas as áreas do Palácio, incluindo o Parque
CRIANCA. até 5 anos.      gratuito
JOVEM. até 17 anos.         9 € / HAPPY HOUR* 8 €
ADULTO. até 64 anos.      12 € / HAPPY HOUR* 11 €
SÉNIOR.                          9 € / HAPPY HOUR* 8 €
CARTÃO JOVEM.              11 €

FAMÍLIA T (2 adultos +  jovens).   32 €

* todos os dias das 9h30 às 11h

PERCURSO E. 
exteriores do Palácio e Capela, incluindo o ParqueCRIANCA. até 5 anos.      gratuito
JOVEM. até 17 anos.        6 €
ADULTO. até 64 anos.      8 €
SÉNIOR.                         6 €

PERCURSO P. visita ao ParqueCRIANCA. até 5 anos.      gratuito
JOVEM. até 17 anos.         5 €
ADULTO. até 64 anos.       6 €
SÉNIOR.                          5 €
CARTÃO JOVEM.              55 €

FAMÍLIA P (2 adultos e jovens).   16 €

COMBINADOS. bilhetes combinados com redução de preços
4 PARQUES T. todos os parques e palácios
(válido para 30 dias)                                       20 € | Família 35 €

PENA T + MOUROS.                                        14 € | Familia 37 €

PENA T + MONSERRATE.                                  14 € | Família 37 €

PENA T + CAPUCHOS.                                     14 € | Família 37 €

CARTÃO "AMIGOS DOS PARQUES".
(válido para 4 Parques durante 1 ano)               50 €

3 comentários:

  1. Querida Carla,

    Que bela exposição sobre uma Terra tão mágica que é Sintra! Adoro e adorei as tuas fotos e textos.... um rasgo de força e sensibilidade marcam definitivamente as tuas magnificas imagens.

    Lúcia Fernandes
    Continua assim

    Um beijinho

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  2. Lembraste das fotografias que te falei que já tinha visto? eram estas!! Adorei Adorei!! :D

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