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quarta-feira, 10 de novembro de 2010

Templários e a Ordem de Cristo


CONVENTO DE CRISTO  - Tomar



O Convento de Cristo, em Tomar, complexo monumental de vastas proporções estende-se do Castelo de Tomar até ao aqueduto do Convento numa distância de mais de 7 km.





Iniciou-se a construção do Castelo de Tomar em 1160, por ordem de D. Gualdim Pais, cavaleiro da Ordem do Templo que, após doação do Rei fundador, D. Afonso Henriques, ocupou e povoou o território.
Em simultâneo construía-se também o oratório templário, a Charola, cujas obras estariam terminadas em 1190.




Extintos os templários, surge uma nova ordem, a Ordem de Cristo que, com a administração do Infante D. Henrique e beneficiando de conhecimentos e tecnologias herdados da experiência que os templários haviam acumulado, foi o grande instrumento ao serviço dos Descobrimentos, maior epopeia dos Portugueses.



Visitar o Convento de Cristo é retroceder nos séculos ao percorrer com calma os vastos corredores, claustros, salas e dormitórios recheados de história.




É aninharmo-nos num canto e imaginá-los  nas suas lides diárias, ouvindo o restolhar dos seus característicos mantos brancos com a cruz vermelha de malta.






Os Templários entraram em Portugal ainda no tempo de D. Teresa, que lhes doou a povoação de Fonte Arcada, Penafiel, em 1126. Um ano mais tarde foi-lhes entregue o Castelo de Soure sob compromisso de colaborarem na conquista de terras aos mouros.

Em 1145 receberiam o Castelo de Longroiva e e dois anos decorridos ajudaram D. Afonso Henriques na conquista de Santarém, ficando responsáveis pelo território entre o Mondego e o Tejo, a montante de Santarém.
A partir de 1160, os Templários portugueses ficaram sediados na cidade de Tomar.




O sucesso dos Templários esteve sempre vinculado ao das Cruzadas. Quando a Terra Santa foi perdida, o apoio à ordem reduziu-se. Entra então em cena o Rei Filipe IV de França que, para se apoderar dos bens da Ordem, acusa-a de se ter corrompido e pressiona o Papa Clemente V a mover um processo contra os Templários e a decretar a sua prisão, o que acabou por suceder em 1308.



No entanto, a ordem não foi acatada em Portugal, e em 1310 o rei D. Dinis transfere a ordem para os Hospitalários e posteriormente, instituiu a Ordem da Milícia de Jesus Cristo à qual foram atribuídos os bens da extinta ordem no  país.


Charola - Oratório Templário


Levando uma forma de vida austera não tinham medo de morrer para defender os cristãos que iam em peregrinação a Terra Santa. Como exército nunca foram muito numerosos aproximadamente não passavam de 400 cavaleiros em Jerusalém no auge da Ordem, mesmo assim foram conhecidos como o terror dos maometanos. Quando presos rechaçavam com desprezo a liberdade oferecida a preço de apostatarem (negação da Fé cristã).

Um contemporâneo (Jacques de Vitry) descreve os Templários como "leões de guerra e cordeiros no lar; rudes cavaleiros no campo de batalha, monges piedosos na capela; temidos pelos inimigos de Cristo, a suavidade para com Seus amigos".



O súbito desaparecimento da maior parte da infraestrutura europeia da Ordem deu origem a especulações e lendas, que mantêm o nome dos Templários vivo até aos dias de hoje.



A afoiteza de D. Dinis, ao permitir que Portugal servisse de abrigo à Ordem pode-se observar de modo atilado nas Cruzes que adejam nas velas do Navio Escola "Sagres", nas cores que matizam os aviões e helicópteros da Força Aérea Portuguesa, nas camisolas da Selecção Nacional e dos atletas olímpicos que a ostentam com ufania.


Refeitório













 CASTELO DE ALMOUROL - Vila Nova da Barquinha







A Lenda e a História

O Castelo de Almourol localiza-se no rio Tejo, numa pequena ilha no Concelho de Vila Nova da Barquinha. Esta pequena ilha com 310 metros de comprimento e 75 metros de largura, resulta de um afloramento de granito e não se sabe ao certo quando o castelo foi construído, mas em 1129 data da conquista deste local pelas forças portuguesas, já existia e era chamado de Almorolan, o que motiva a suposição de ter sido edificado pelos mouros.





O castelo foi em seguida entregue à Ordem dos Templários, que o reedificaram, sendo as obras concluídas em 1171, conforme inscrição ainda visível sobre a porta principal. Como responsáveis pela defesa da capital do país, que na altura era Coimbra, este castelo fazia parte de uma linha defensiva que o unia ao Castelo de Tomar, sendo provido de torres e uma estrutura em tudo semelhante ao mesmo.
Quando foi extinta a ordem dos Templários e completa a reconquista cristã, o castelo foi sendo esquecido pelos séculos seguintes, até que no século XIX, com o Romantismo, o castelo foi redescoberto e alvo de obras que tiveram mais um cunho estético que prático, na busca pelos ideais medievais.
No século XX, o fascínio que o castelo exercia, estendeu-se ao Estado, que promoveu alguns eventos naquele espaço representativo das velhas tradições elutas dos guerreiros portugueses.



Mas como todos os locais antigos, o castelo tem as suas lendas. Uma das mais conhecidas refere-se a acontecimentos ocorridos pouco depois da  reconquista, quando ainda conviviam nas mesmas terras, mouros e cristãos.


O Castelão, D.Ramiro, era um guerreiro cruel, um homem violento e impulsivo, que odiava a raça invasora. Ele tinha uma filha chamada Beatriz, uma linda menina que vivia no castelo.
Um dia quando regressava das batalhas contra os mouros, em direcção ao castelo, cansado e sedento, viu duas mouras que regressavam da fonte, com os seus cântaros de barro à cabeça, cheios de água fresca.

Parou o cavalo e pediu de beber às pobres mulheres que aterrorizadas com o cavaleiro e o cavalo, se atrapalharam e deixaram cair as bilhas, que se partiram no chão derramando a preciosa carga. Furioso, D. Ramiro atravessou com a sua lança as duas mulheres, que morreram alimesmo perante o olhar horrorizado de um jovem mouro que tinha acorrido ao local em socorro das duas, que eram a sua mãe e irmã.
D. Ramiro sem piedade, acorrentou o jovem mouro a quem levou para o castelo como escravo, colocando-o ao serviço da sua filha Beatriz. Mas o mouro jurou vingar a morte da mãe e irmã, matando a esposa e a filha do impiedoso cavaleiro.




Daí a algum tempo, a esposa de D. Ramiro adoeceu com uma febre estranha e acabou por morrer, consumando-se assim a primeira parte da vingança. Entretanto, D. Ramiro sem desconfiar de nada, teve que partir para mais uma batalha, deixando Beatriz entregue à guarda do jovem mouro.



Este, que se tinha apaixonado perdidamente por Beatriz, não teve coragem de a matar, pensando-se que lhe tenha contado toda a história e tenha obtido o seu perdão, pois também ela estava apaixonada pelo seu guardião.



Quando D. Ramiro voltou da batalha, não encontrou ninguém no castelo. De Beatriz e do mouro nem sinal. O cavaleiro arrependido, reconheceu os seus erros e prometeu emendar-se passando a ser mais piedoso.


Pelos séculos seguintes, consta que na mais alta torre ainda se vêm por vezes, dois vultos abraçados, em certas noites escuras. São Beatriz e o mouro declarando o seu amor.




O Castelo de Almourol é Monumento Nacional desde 1910 e foi declarado uma das sete maravilhas de Portugal.

5 comentários:

  1. E aqui estou eu a deixar o meu comentário...:)
    Gostei! Gostei mesmo muito das belas fotos que acompanham esta postagem! Da primeira parte destaco as interessantes perspectivas e da segunda detaco os belíssimos reflexos do castelo no rio Tejo... a última foto desta postagem está muito bem conseguida com o enquadramento e colorido do barco no canto inferior direito... Muitos Parabéns!!!

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  2. Gosto muito de ver e ler o teu blog, além de umas fotos sempre muito boas, os textos fazem-nos viajar e acima de tudo, criam a vontade de os visitar. Bjs

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  3. continua... é bom ir aprendendo contigo!

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  4. "Adão" disse ..., é lindo ver uma historia como esta. Deixa nosso "coração" sonhar, por momentos, nós, imaginamos na "representação" fosse ela verdadeira ou fantasia. Sonha-mos como se lá a estivesse-mos a viver.
    Dedico a A. Pais, um beijo.

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  5. Adoro este blog, vou voltar cá regularmente =)

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