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terça-feira, 2 de novembro de 2010

Assim fomos abrindo aquelles mares ...



Assim fomos abrindo aqueles mares,
Que geração alguma não abriu,
As novas ilhas vendo e os novos ares,
Que o generoso Henrique descobriu;
De Mauritânia os
montes e lugares,
Terra que Anteu num tempo possuiu,
Deixando à mão esquerda; que à direita
Não há certeza doutra, mas suspeita.

(enxerto Canto V - Lusíadas)






Agora sobre as nuvens os subiam
As ondas de Netuno furibundo;
Agora a ver parece que desciam
As íntimas entranhas do Profundo.
Noto, Austro, Bóreas, Aquilo queriam
Arruinar a máquina do mundo:
A noite negra e feia se alumia
Com os raios, em que o Pólo todo ardia.
(enxerto Canto VI - Lusíadas)

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